quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Hoje eu aprendi com elas

 

Sempre achei lindas as mulheres maquiadas no dia a dia mas a correria nunca me deu a oportunidade de parar para aprender e me dedicar e ter esse tipo de autocuidado. Com o passar dos anos comecei a pensar em fazer um curso de automaquiagem e ter mais disciplina no dia a dia, mas a rotina mais uma vez me sabotou, ou não; eu mesma me sabotei.

Conforme a Bá foi crescendo comecei a notar seu interesse por algo a mais que não tinha na minha prateleira, além do batom, nem sempre usado no cotidiano também.

"Mamãe eu quero ficar linda, você compra "blush"?

Depois dos 5 anos esse interesse por maquiagem foi só crescendo e a cada vez que eu saia de casa ouvia: Mamãe você compra maquiagem de criança? Esse pedido era por que eu não gostava que ela usava os meus batons com receio de ter alergia.

Como eu nunca fui muito fã não estimulei esse comportamento e sempre deixei para lá, sem dar muita importância. Mas quem disse que era coisa só de criança, hoje ela não sai de casa sem batom e sombra e agora na quarentena ela sempre inclui a maquiagem como item de suma importância toda manhã.

"E não é que esse movimento tem me cativado nesse período de isolamento?" Até fui a perfumaria comprar alguns itens novos para compor meu kit maquiagem iniciante, só que agora, compartilhado por três. Elas amaram as sombras e o batom de glitter e eu comecei a amar também esse autocuidado diário. E como mãe, me surpreende, por que a nossa cultura é que os pais são as autoridades e os detentores do saber infinito diante dos filhos, tolos somos nós de ainda acreditar. A cada dia percebo o quanto tenho aprendido com elas, tão pequenas e com conhecimento tão raso da vida.

Aprendo que existem outras formas de ver a vida, as situações, os momentos em família e até os conflitos. Essa quarentena tem me transformado com mulher, profissional e principalmente como mãe, a perceber quais são os valores mais importantes na minha vida, a minha família sempre.

"Mãe eu quero olho de gatinha"

"Ah a mamãe também quer."

"Sério mãe?" Sim, quero ficar linda igual vocês."

E você tem aprendido o que com seus filhos nessa quarentena?

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

A maternidade ideal x real




Essa cara de mãe exausta, sem dormir, sem olhar a luz do sol, ainda se recuperando emocionalmente e fisicamente da cesárea inesperada e vivendo o desespero da falta de péga na amamentação da primogênita.Tbt de 1 mês da minha Bá em 2014. 

Esse semblante retrata a maternidade real tomando o lugar da maternidade idealizada. Quantos sonhos, desejos e expectativas frustradas ali eu vivi, não tive saúde mental naquele momento para lidar com tanta frustração ao mesmo tempo. Lembro bem da pediatra dizendo: 

"Ela precisa mamar, não podemos perdê-la".Vamos esperar e fazer mais algumas tentativas no peito mas acho que vamos ter que introduzir LA logo. Ela não tem xixi na fralda por que ela não mama."

Saindo do consultório aos prantos, meu sonho de amamentar estava indo por água abaixo e minha filha estava passando fome. Já bastava a frustração do parto não ter sido normal, agora mais essa? 

Vive momentos de muita angústia, dor e tristeza e hoje refletindo, eu estava com o meu sonho nos braços como fiquei tão triste? Sim, a maternidade idealizada, aquela dos contos de fadas eu também queria para mim e não veio, foi muito difícil lidar, sofri muito. 

Quando comecei a falar de maternidade com algumas mães nos grupos terapêuticos eu descobri o quanto eu poderia ajudar e tornar a vida daquelas mães mais leves, com menos expectativas, nova percepção e aceitação baseada na maternidade real. Logo fiquei pensando, se eu psicóloga já experiente sofri tanto por ter criado tantas expectativas com a maternidade e vivi noites de angústia e dor emocional, imagina quem não tem conhecimento das causas daquela tristeza, angústia e da dor da idealização frustrada.

Foi aí que surgiu a ideia de unir o meu amor pela psicologia e pela maternidade em propósito de acolher e ajudar no resgate da saúde mental materna. Quero sim poder ajudar mães que sonham com a maternidade, como eu sonhei e que hoje estão com a saúde mental está abalada, exaustas e em algum momento ou outro se vêem ingratas como mães. 

Eu sei que não é fácil, mas a maternidade é uma dádiva e vamos juntas viver esse momento precioso com mais leveza e menos exaustão, ok? 

Isso faz sentido para você mamãe?

domingo, 6 de setembro de 2020

Irmã mais velha: Parceira sim, cuidadora não.


Essa cena me dá um alívio e a sensação de que estamos no caminho certo, a parceria, o afeto voluntário entre irmãs.

Importante reforçar a união, o amor, a demonstração  de afeto e principalmente a parceria. Mas com muito cuidado para não transformar, involuntariamente, a irmã mais velha na cuidadora da menor.

A criança não pode e nunca deve assumir a responsabilidade pelo cuidado e zelo do irmão menor, essa função sempre tem que ser exclusiva dos pais ou de outros adultos do convivo familiar.

Essa cautela é importante para que não se desenvolva na criança maior, uma vulnerabilidade emocional gerada pela imaturidade de assumir essa responsabilidade, mobilizando sintomas de ansiedade infantil pela falta de competência para tanto.

Em vez disso, como mães, podemos reforçar não o cuidado ou transferência dessa responsabilidade, mas sim a parceria e companhia.

❌ Filha você pode cuidar da sua irmã ?
✅ Filha que lindo ver vocês brincando sempre juntas

❌ Filha mamãe precisa tomar banho, você olha sua irmã?
✅ Filhas mamãe vai tomar banho, fiquem juntas brincando e assistindo desenho, ok? 

❌ Mãe preciso cuidar da minha irmã 
✅ Filha, eu cuido da sua irmã você pode brincar com ela se quiser, ok? 

Podemos sim, ter apoio do filho mais velho, mas sempre com o cuidado na linguagem para que a criança não assuma como responsabilidade.

Vamos juntas criar filhos mais funcionais emocionalmente e fortalecer a primeira infância sem antecipar responsabilidades que cabe somente a nós,  adultos.

Bjos de ❤👩‍👧‍👧

A importância do pedido de colo


Mamãe, quero colo (com os olhos marejados). E ela já sabe, sempre terá o meu sim. 

Com o passar do tempo, um dia desses pensando eu; percebi o quanto meu pacotinho cresceu.

E agora, não consigo mais pegar no colo, como assim? Ela só tem tamanho e eu não quero perder esse momento, até
 por que a irmã de 3 anos tem muito colo ainda.

Certo dia ela começou a chorar e eu disse, filha você está enorme e eu não consigo mais pegar você no colo, e agora? Fiquei pensando e disse, sobe na cadeira que eu vou tentar, ok? E não é que deu certo haha, claro que não dá por muito tempo, mas é o tempo suficiente para retomar as lembranças daquele tão sonhado colo que sempre desejei em dar um dia. E com certeza, não será o tamanho que vai me impedir. 

Então fizemos um combinado:

"Filha, sempre que precisar de colo é só pedir que a mamãe dá,  ok? 
Mas mamãe, mesmo quando eu crescer? 
Sim, sempre, até você ficar adulta.
Mas você vai aguentar? 
Sim, mamãe dá um jeito, quando for adulta pode deitar no meu colo."

Aos 6 anos ela tem plena certeza de que sempre terá colo, independente do tempo e do momento e percebo que depois do nosso combinado os pedidos de colo aumentaram. Por que será? A irmã tomou conta do colo dela e ela achou que não teria mais direito ou que teria que ceder sempre e se afastou. 

Talvez eu até tenha deixado passar, pela correria, quando a irmã chegou, mas logo percebi que precisava retomar esse vínculo que também me fazia falta e era essencial para ela se sentir segura e amparada nas suas emoções.

Dê sempre colo, não precisa falar nada, esse gesto pode mudar o tipo de filho adulto que você vai ter, com certeza mais seguro, autônomo e feliz, por que quando ele mais precisou tinha alguém que acolheu e protegeu.

E com vocês mamães, como é por aí? Comenta aqui 👇👇 sua experiência e vamos distribuir os nossos colos infinitamente.

💙👩‍👧‍👧💜

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